tag:blogger.com,1999:blog-77510663058072489042024-03-13T06:08:29.390-07:00ChipenengaUnknownnoreply@blogger.comBlogger30125truetag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-80101466946512284012016-07-07T04:05:00.003-07:002016-07-07T04:06:06.451-07:00Raro Afonso, valente Afonso<span style="font-family: "merriweather" , "georgia" , serif; font-size: 20px; line-height: 28px;">Um pai hipocondríaco, um filho albino. Uma mãe que ri por cima do que já chorou. A estranheza de dois pais morenos terem um menino tão louro. É a história de Afonso, que aos três anos é seguido por quatro médicos de áreas diferentes. Que é também a história do irmão Manel - “o mano tem muita sorte por ser europeu, eu sei” - e de Nuno e Cláudia. E que é ainda uma história sobre albinismo, uma condição genética rara. E sensível</span><br />
<span style="font-family: "merriweather" , "georgia" , serif; font-size: 20px; line-height: 28px;"><br /></span>
<span style="font-family: "merriweather" , "georgia" , serif; font-size: 20px; line-height: 28px;">http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-10-07-Raro-Afonso-valente-Afonso </span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-29788885472777873882012-05-26T09:35:00.000-07:002012-05-26T09:35:22.396-07:00Devemos algo à Europa?<div style="text-align: justify;">· Um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de ascendência indígena, sobre o pagamento da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia.</div><div style="text-align: justify;">· A Conferência dos Chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caribe, em Madrid, viveu um momento revelador e surpreendente: os Chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irónico, cáustico e historicamente exacto.</div><div style="text-align: justify;">· Eis o discurso:</div><div style="text-align: justify;">· "Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" há 500... O irmão europeu da alfândega pediu-me um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financeiro europeu pede ao meu país o pagamento, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu explica-me que toda a dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros, sem lhes pedir consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no "Arquivo da Companhia das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos de 1503 a 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.</div><div style="text-align: justify;">· Teria aquilo sido um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!</div><div style="text-align: justify;">· Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.</div><div style="text-align: justify;">· Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a actual civilização europeia se devem à inundação dos metais preciosos tirados das Américas.</div><div style="text-align: justify;">· Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas uma indemnização por perdas e danos.</div><div style="text-align: justify;">· Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.</div><div style="text-align: justify;">· Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra e de outras conquistas da civilização.</div><div style="text-align: justify;">· Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?</div><div style="text-align: justify;">· Não. No aspecto estratégico, delapidaram-nos nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias outras formas de extermínio mútuo.</div><div style="text-align: justify;">· No aspecto financeiro, foram incapazes - depois de uma moratória de 500 anos - tanto de amortizar capital e juros, como de se tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.</div><div style="text-align: justify;">· Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar, o que nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos para cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.</div><div style="text-align: justify;">· Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, concedendo-lhes 200 anos de bónus. Feitas as contas a partir desta base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, concluimos, e disso informamos os nossos descobridores, que nos devem não os 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, mas aqueles valores elevados à potência de 300, número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.</div><div style="text-align: justify;">· Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?</div><div style="text-align: justify;">· Admitir que a Europa, em meio milénio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para estes módicos juros, seria admitir o seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.</div><div style="text-align: justify;">· Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos a assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente na obrigação do pagamento da dívida, sob pena de privatização ou conversão da Europa, de forma tal, que seja possível um processo de entrega de terras, como primeira prestação de dívida histórica..."</div><div style="text-align: justify;">· Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Européia, Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira Dívida Externa.</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-42652227296100989982011-09-11T04:37:00.000-07:002011-09-11T04:38:56.217-07:00“Esta terra ainda vai cumprir seu ideal”<div style="text-align: justify;"><strong><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Por Beluce Bellucci</span></em></strong></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A manchete do primeiro caderno da Folha de S. Paulo de 14/08/2011 “Moçambique oferece ao Brasil área de 3 Sergipes”, para o plantio de soja, algodão e milho a agricultores brasileiros com experiência no cerrado, parece trazer uma grande novidade e oportunidade aos capitais e empreendedores brasílicos. A longa matéria no caderno de economia expõe que estas terras estão localizadas nas províncias de Nampula, Niassa, Cabo Delgado e Zambézia, situadas ao norte daquele país. No mesmo artigo, um consultor indaga, arrogante e desrespeitosamente, “Quem vai tomar conta da África? Chinês, europeu ou americano? O brasileiro que tem conhecimento do cerrado”, responde ele apressadamente. A intenção explicita de colonização nesta passagem não foi contestada pelo jornal ao longo do artigo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Pela matéria, fazendeiros brasileiros afoitos descobrem que em Moçambique existe “um Mato Grosso” inteiro para ser produzido, e 40 deles (não haverá um Ali?) se “apressam” a no próximo mês visitarem o país. O ministro da agricultura moçambicano revela que as terras poderão ser cedidas por 50 anos, renováveis por mais 50, ao preço módico de R$27,00 por hectare/ano.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Cabe inicialmente perguntar: será esse negócio uma grande novidade? e trará tanta oportunidade quanto a noticia faz parecer? O desconhecimento dos brasileiros que procuram o empreendimento reflete o desconhecimento histórico que o Brasil tem da África e faz jus ao conhecimento dos que a divulgam. Não compete encontrar aqui as razões por que “tão boa oferta” somente agora chega ao Brasil nem tão pouco saber quem está por trás desse affaire. Interesses seguramente devem existir dos dois lados, o africano e o brasileiro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><strong>Mas a quem pode NÃO interessar esse projeto?</strong> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A região em questão possui vegetação diversa onde vivem cerca de 12 milhões de pessoas organizadas em sociedades com histórias, línguas, culturas e formação social próprias. Estão lá os macuas, os macondes, os nyanjas, os chuabos e outros. Foi o principal palco da guerra de libertação nacional de 1964 a 1975, e nos anos 80 da guerra de desestabilização levada a cabo pela África do Sul e pela Renamo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">É uma população de resistência e luta. E o que dizem do modelo desse projeto? Que impacto terá sobre essa população? O que pensam outras instituições locais? Quem efetivamente ganha e quem perde produzindo nesse modelo na região? Não falemos em aumento de PIB ou da exportação, mas em nível de vida, em ganhos palpáveis, matérias e imaterias da população. A experiência que os fazendeiros brasileiros dizem ter no cerrado, e o jornal repete, é de produção técnica, não de relações sociais de produção. Ela não inclui a experiência no trato com as sociedades africanas, aliás, neste quesito perdemos para todos os outros concorrentes. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O brasileiro não conhece e quase não sabe andar na África, pouco se interessou pelo continente, seguramente pelo complexo de culpa da escravidão. Foi preciso uma lei, a no. 10.639 de 9/2/2003, para introduzir essa temática nas escolas brasileiras. Só recentemente expandiu suas representações diplomáticas e vem ampliando a cooperação e presença, pese a demanda, interesse e simpatia que os africanos dirigiam ao nosso país. Mas enquanto ficamos ao longo do último século com retórica e boas intenções face aos africanos, pouco fizemos e conhecemos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Em três décadas de presença na África os chineses se tornaram os maiores parceiros do continente. Antes dos fazendeiros e homens de negócios estiveram os estudiosos, os diplomatas, os estrategistas. Desenvolveram planos de longo prazo e não chamaram as regiões de Shanxi ou de Sergipe. Conheceram a história e respeitaram a soberania dos Estados e seus povos. Muito pode-se criticar sobre a presença chinesa na África, menos que seja aventureira.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A “novidade”</span></strong></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Todos afirmam que a África é hoje um continente subdesenvolvido, isto é, com carências alimentares, na habitação, na saúde, na educação, na capacidade produtiva, mas por quê? Como chegou a se subdesenvolver? Deixemos de lado o tráfico de escravos que mutilou sociedades por mais de três séculos (período que a força de trabalho africana era arrastada a produzir nas fazendas brasileiras – possivelmente em terras dos antepassados dos 40 fazendeiros) e nos aproximemos do século 20. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O que fizeram os europeus, franceses, ingleses, portugueses e belgas na África? O que foi e como foi o colonialismo africano senão um fenômeno do século 20? Não foram lá essas metrópoles para civilizar e levar deus aos africanos? Não foram lá levar a civilização e ensinar-lhes como e o que produzir e consumir? E muito produziram...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas como fizeram?</span></strong></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A colonização levada a cabo pelas potências foram entregues a companhias concessionárias (majestáticas ou à charte na França), que recebiam grandes concessões de terra em troca de pagamento de taxas ao estado colonial, na obrigação de produzirem, e para tal podiam explorar e gerir as populações residentes. Umas desenvolveram a agricultura de exportação (para as metrópoles que viviam a revolução industrial), e até integraram regiões com estradas e ferrovias para escoamento. Outras dedicaram-se à exportação de trabalhadores para as minas dos países vizinhos (caso da Companhia do Niassa). </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Muito se produziu e se exportou. Criaram-se fortunas com o amendoim, o copra, o algodão, o sisal, o café, o tabaco, a madeira... E onde estão estas riquezas? Nos palácios, estradas e infraestruturas africanas? No sistema de educação, saúde e no nível de alimentação da população negra? O povo africano trabalhou nesse século sob a batuta colonial. Produziu muito no sistema de concessão que agora se quer renovar, e foi esse modelo o que subdesenvolveu a África, trazendo para os africanos a miséria que vivem hoje. E é esse o modelo que agora se quer repetir. Antes dele os povos estavam em melhor situação que após. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não são as terras fartas que chamam a atenção dos nossos fazendeiros, mas a existência de uma mão de obra que pode trabalhar a baixíssimos salários. Isso porque ela tem acesso à terra, já que boa parte da terra ainda é comunitária, e garante a própria subsistência. Enquanto esses homens trabalham nas fazendas, suas famílias produzem nas roças tradicionais. E, tendo a subsistência garantida, são impelidos ao trabalho quase gratuito, muitas vezes à força como demonstra a história, nas áreas dos fazendeiros brancos. Ao final do processo produtivo, a exportação, o PIB, os bolsos de poucos políticos e empresários nacionais envolvidos poderão crescer, mas a população continuará vivendo basicamente das suas subsistências e cada vez mais dependente de uma sociedade que a vem dominando culturalmente, através do radio e da TV, com canais globais e religiosos universais, cada vez mais produzidos aqui mesmo na tropicália. O contexto para um novo colonialismo está preparado, e a sua repetição transformará o que foi o drama colonial numa farsa liberal. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Na versão colonial do século 20 as sociedades africanas encontravam-se ainda estabelecidas e foram fortemente exploradas nessa articulação com o capitalismo colonial, que a reduziram à pobreza atual. Hoje elas encontram-se fragilizadas, desconfiadas, famintas, e reeditar tal sistema com promessas e perspectivas de que irão melhorar é uma mentira criminosa. Convém observar que a mudança desse modelo de exploração para o modelo desenvolvimentista, industrializante, com início no pós Segunda Guerra facilitou as propostas nacionalistas que culminaram com as independências das colônias na década de 60. Mas este assunto merece outro artigo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O risco</span></strong></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Dizem que as terras em Moçambique estão ociosas. Na verdade, estão ocupadas há séculos por populações que a cultivam com tecnologias específicas, para a sobrevivência, num sistema que exige grande reserva natural e rotação. Quando os portugueses chegaram no continente encontraram homens e mulheres saudáveis e fortes. Não eram povos subnutridos nem subdesenvolvidos, mas populações com níveis tecnológicos distintos dos colonizadores. Passados o tráfico e o colonialismo, o que restou foram populações desagregadas, famintas, subdesenvolvidas, fruto das políticas produtivistas de quem “tomou conta da região”. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O que nós brasileiros queremos com a África? Mandar para lá fazendeiros para remontarem um sistema já conhecido historicamente e vencido socialmente, que produz e reproduz miséria para a grande maioria e lucro para poucos? Ou temos a intenção e alguma expectativa de estabelecer uma relação de cooperação que aponte para uma sociedade onde a vida das pessoas se transformem e melhorem?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O embaixador moçambicano em Brasília diz que “interessa-nos ter brasileiros em Moçambique produzindo, porque temos grande deficit de alimentos”, e o projeto prevê que será preciso empregar 90% de mão de obra moçambicana. A oferta é para produzir algodão, soja e milho, entre outros, visando a exportação. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sendo o milho o único atualmente utilizado para alimento humano. A Embrapa prepara as sementes com investimentos do Estado brasileiro, e o presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão diz que “Moçambique é um Mato Grosso no meio da África, com terra de graça, sem tanto impedimento ambiental e frete mais barato para a China”. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O chefe da Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa diz: “Nessa região, metade da área é povoada por pequenos agricultores, mas a outra metade é despovoada, como existia no oeste da Bahia e em Mato Grosso nos anos 80.” O projeto oferece também isenção para a importação de equipamentos. O que pretende este programa é aproveitar as terras moçambicanas, “de graça”, produzir para exportação, aproveitando-se da mão de obra barata, e a ausência de regulamentação ambiental e sindical.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Entretanto, sabe-se já de início, os projetos são de capital intensivo e grande tecnologia, e vão utilizar pouca mão de obra. Os produtos não serão consumidos no país e a renda interna proveniente será a modesta soma de alguns meticais por ano, que ficará com a instituições estatais. Moçambique não é a Bahia, pois a África não é o Brasil. Mas o “Havaí é aqui” e lá. Como se observa, são projetos que podem ser viáveis economicamente, mas não são sustentáveis do ponto de vista ecológico e muito menos social. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ao se concretizar a proposta em análise, faremos com que o aprofundamento da relação com a África, tão querida quanto necessária, se dê por um empreendimento tipo colonial comandado por fazendeiros (e jagunços) e com a benção dos estados. Por desconhecimento da história, despreparo dos envolvidos, falta de objetivos estratégicos, estrutura e planejamento do empreendimento, incluído aí o nosso Estado (pese os avanços recentes), a aventura brasileira na África, nos moldes apresentado, tem muita chance de se dedicar a ir descobrir a roda no cerrado e cair no ridículo, perder dinheiro e criar novos personagens conradianos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas, se der certo, dará razão a uma anterior parceria entre Brasil e Moçambique, a de Chico e Rui Guerra, por demais conhecida: “Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um império colonial (...), um imenso Portugal.” Entretanto, um outro modelo de cooperação e investimento entre Brasil e o continente africano é possível e urgente de ser pensado. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas temos que nos preparar internamente para isso, num escopo do que queremos para o nosso povo e das relações entre países. É momento de governo, Estado, universidades, empresários, instituições públicas e privadas, como o Instituto Lula, opinarem sobre um novo modelo de parceria entre Brasil e a África, que envolvesse diferentes agentes brasileiros e africanos, inclusive os fazendeiros do cerrado, para encontrar outro ideal a ser cumprido.</span></div><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: justify;"><strong><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">*Beluce Bellucci, economista, doutor em história econômica pela USP. Trabalhou mais de 12 anos em Moçambique, onde coordenou projetos agro-industriais na região de Niassa, Cabo Delgado e Nampula, após a independência em 1975, no ministério da Agricultura e no Banco de Desenvolvimento. Foi diretor do Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.</span></em></strong></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-43748672603901332942011-05-06T13:22:00.000-07:002011-05-06T13:22:24.610-07:00O que a Comunicação Social não vai mostrar nem dizer:<div style="text-align: justify;">I - <strong>SEJA KADDAFI O BIZARRO QUE FOR, A ONU CONSTATOU EM 2007 QUE A LÍBIA TINHA</strong>:</div><div style="text-align: justify;">1 - Maior Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África (até hoje é maior que o do Brasil);</div><div style="text-align: justify;">2 - Ensino gratuito até à Universidade;</div><div style="text-align: justify;">3 - 10% dos alunos universitários estudavam na Europa, EUA, tudo pago;</div><div style="text-align: justify;">4 - Ao casar, o casal recebia até 50.000 US$ para montar casa;</div><div style="text-align: justify;">5 - Sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus. Equipamentos de última geração, etc...;</div><div style="text-align: justify;">6 - Empréstimos pelo banco estatal sem juros;</div><div style="text-align: justify;">7 - Inaugurado em 2007, o maior sistema de irrigação do mundo, vem tornando o deserto (95% da Líbia) em fazendas produtoras de alimentos.;</div><div style="text-align: justify;"><strong>II - PORQUE "DETONAR" A LÍBIA ENTÃO?....</strong> </div><div style="text-align: justify;">Três principais motivos:</div><div style="text-align: justify;">1 - Tomar o seu petróleo de boa qualidade e com volume superior a 45 bilhões de barris em reservas;</div><div style="text-align: justify;">2 - Fazer com que todo o mar Mediterrâneo fique sob o controlo da OTAN. Só falta agora a Síria;</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>3 - E provavelmente o principal</strong>: </div><div style="text-align: justify;">- O Banco Central Líbio não é atrelado ao sistema financeiro mundial.</div><div style="text-align: justify;">- As suas reservas são toneladas de ouro, que dão respaldo ao valor da moeda, o dinar, que desta forma está resguardado das flutuações do dólar.</div><div style="text-align: justify;">- O sistema financeiro internacional ficou possesso com Kaddafi, após ele propor, e quase conseguir, que os países africanos formassem uma moeda única desligada do dólar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>III - O QUE É O ATAQUE HUMANITÁRIO PARA LIVRAR O POVO LÍBIO:</strong> </div><div style="text-align: justify;">1 - A OTAN comandada, como se sabe, pelos EUA, já bombardearam as principais cidades Líbias com milhares de bombas e mísseis em que um único projéctil é capaz de destruir um quarteirão inteiro. Os prédios e infra estruturas de água, esgotos, gás e luz estão sèriamente danificados;</div><div style="text-align: justify;">2 - As bombas usadas conteem DU (Uranio depletado) que tem um tempo de vida de cerca de 3 bilhões de anos (causa cancro e deformações genéticas);</div><div style="text-align: justify;">3 - Metade das crianças líbias estão traumatizadas psicologicamente por causa das explosões que parecem um terramoto e racham as estruturas das casas;</div><div style="text-align: justify;">4 - Com o bloqueio marítimo e aéreo da OTAN, as crianças sofrem principalmente com a falta de medicamentos e alimentos;</div><div style="text-align: justify;">5 - A água já não mais é potável em boa parte do país. De novo as crianças são as mais atingidas;</div><div style="text-align: justify;">6 - Cerca de 150.000 pessoas por dia, estão deixando o país através das fronteiras com a Tunísia e o Egito. Vão para o deserto ao relento, sem água nem comida;</div><div style="text-align: justify;">7 - Se o bombardeio terminasse hoje, cerca de 4 milhões de pessoas estariam precisando de ajuda humanitária para sobreviver: Água e comida.</div><div style="text-align: justify;">De uma população de 6,5 milhões de pessoas.</div><div style="text-align: justify;">Em suma: O bombardeio "humanitário", acabou com a nação líbia. Nunca mais haverá a "nação" Líbia tal como ela existia.</div><div style="text-align: justify;"><strong>Retirado do mural de Facebook de Will do Rosário</strong></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-24522073316501665432011-05-06T10:16:00.000-07:002011-05-06T10:16:03.348-07:00A morte de Bin Laden, por Leonardo BoffAlguém precisa ser inimigo de si mesmo e contrário aos valores humanitários mínimos se aprovasse o nefasto crime do terrorismo da Al Qaeda do 11 de novembro de 2001 em Nova Iorque. Mas é por todos os títulos inaceitável que um Estado, militarmente o mais poderoso do mundo, para responder ao terrorismo se tenha transformado ele mesmo num Estado terrorista. Foi o que fez Bush, limitando a democracia e suspendendo a vigência incondicional de alguns direitos, que eram apanágio do pais... <span style="color: blue;"><a href="http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=45073">continuar aqui</a></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-9486750408157763812011-05-05T16:42:00.000-07:002011-05-06T10:20:19.110-07:00A morte de Bin Laden, por Jeremias Langa<span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; line-height: 150%;"><span style="color: #ff6600;">Bin Laden morreu, mas o terrorismo não. Para a infelicidade do mundo, o terror de inspiração islâmica não se foi com o seu mentor. Continua uma ameaça real. Bin Laden era sobretudo um inspirador de muitos grupos de fanáticos. Continue <a href="http://opais.sapo.mz/index.php/opiniao/90-jeremias-langa/13946-a-morte-de-bin-laden.html">aqui</a></span></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-71097945230711801922011-05-05T16:33:00.000-07:002011-05-05T16:33:06.493-07:00O mundo está mais seguro sem Bin Laden-<span style="font-family: Tahoma;">Thomas Neids, secretário de Estado-adjunto dos EUA. Leia mais <span style="color: red;"><a href="http://opais.sapo.mz/index.php/internacional/56-internacional/13923-o-mundo-esta-mais-seguro-sem-bin-laden.html">aqui</a></span></span>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-72999197043198354482011-05-04T17:51:00.001-07:002011-05-04T17:56:27.312-07:00Cesta básica? Não, obrigado!<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Macacos me mordam se isto não for verdade! Ao contário do que o governo diz, a cesta básica não foi criada para </span><span lang="PT" style="color: #333333; font-size: 12pt; letter-spacing: 0.1pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">conter o custo de vida na população mais vulnerável das cidades do país. Trata-se de uma conversa fiada para boi dormir ou mais um número deste circo para entreter as massas e impedi-las de se <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>manifestarem violenta ou pacificamente em prol do seu bem-estar, um direito fundamental e de cumprimento obrigatório por qualquer Estado, à luz do contrato social. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-size: 12pt; letter-spacing: 0.1pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Na verdade, uma vez mais os dirigentes deste país estão aproveitar-se do </span><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">exacerbado e secular infantilismo político e de cidadania, que impede os moçambicanos de fazer valer os seus interesses. A população, por sua vez, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>levada a pensar que não é capaz de andar <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>com os próprios pés, deixa-se iludir, quais cegos guiados por outros cegos. Ora, </span><span lang="PT" style="color: #333333; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">um dos indícios de que estamos perante uma decisão demente e não aplicável, são as sucessivas controvérsias e dúvidas, que pairam sempre que um curioso e histrionico do governo vem à público falar sobre o assunto.</span><span lang="PT" style="color: #333333; font-size: 12pt; letter-spacing: 0.1pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"></span></span></div><div style="line-height: 115%; margin: 0in 0in 0pt;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Calibri", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Depois da revisão do escalão da categoria salarial dos trabalhadores elegíveis para beneficiar da cesta básica, dos 2000 mil meticais para 2500, dos questionamentos da </span><span lang="PT" style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Central Sindical (OTM-CS) sobre a base a ser encontrada pelo governo para que a partir do segundo semestre deste ano as pessoas comecem a beneficiar da “bendita cesta”<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e depois </span><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Calibri", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">das tentativas incoerentes de esclarecimentos que são dadas pelo governo, o grupo dos que consideram que o executivo ainda não está preparado para apresentar medidas eficazes e claras para conter o custo de vida, aumentou. </span></div><div style="line-height: 115%; margin: 0in 0in 0pt;"><br />
</div><div style="line-height: 115%; margin: 0in 0in 0pt;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Calibri", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Parece que o nível de desespero e receio por represálias populares à semelhança do que acontece hoje em todo mundo, obriga o governo adoptar até medidas banais para tentar tapar o sol com a peneira. Mas, sublinhe-se que quer a cesta básica, como as outras estão longe de ser <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>aplicáveis e possuem pouca probabilidade de eficácia. Sem dúvidas, que o governo deveria dinamizar mais as áreas produtivas. Só com o crescimento da produção e produtividade a todos os sectores, iremos ter alimentos para acabar com a fome e a pobreza no país. </span></div><div style="line-height: 115%; margin: 0in 0in 0pt;"><br />
</div><div style="line-height: 115%; margin: 0in 0in 0pt;"><span lang="PT" style="color: #333333; font-family: "Calibri", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Caso não e em piores hipóteses, ajudaria uma definição dos alvos para esses subsídios, nomeadamente, grupos de rendimento e grupos flexíveis, em função do que acontece ao nível dos preços internacionais. Mas, parece não ser igualmente viável para um país como o nosso, onde a pobreza chega a atingir as raias do dramático. CHOREMOS!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;"><br />
</div></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-59937730167232575372011-05-04T08:04:00.000-07:002011-05-04T08:04:03.115-07:00Cadeiras do Estádio Nacional<div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><strong>Olá Julia</strong></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Bom dia, minha boa amiga. Como vais tu e a tua família? Espero que bem. Do meu lado tudo bem. Embora se possa pensar que o tema não é próprio, numa carta de um cavalheiro a uma senhora, hoje venho falar-te de rabos. Sim, de rabos, seus tamanhos, volumes e pesos. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">E tudo isto na base da recente inauguração do Estádio Nacional do Zimpeto. Sobre a pompa e circunstância já outros falaram. Eu volto à questão dos rabos. Segundo li na imprensa, nesta inauguração, mais de uma centena de cadeiras foi partida. Cerca de sessenta das quais na zona VIP. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Ora eu vi fotos das tais cadeiras partidas e, dessas fotos, me parece claro que o problema que existe é a falta de qualidade daquelas cadeiras, presas ao cimento da bancada por uns parafusos de muito duvidosa resistência. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Vais-me perguntar: o que é que isso tem a ver com rabos? E eu respondo-te. Tem tudo. Muito provavelmente aquelas cadeiras, e o seu sistema de fixação, estão preparadas e têm resistência calculada para rabos chineses, pequenos e magrinhos. Para esses, muito provavelmente, elas funcionam bem. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Agora quando elas são sujeitas a suportar os rabos, bem maiores e mais pesados, dos nossos concidadãos, a estrutura já não aguenta, o metal cede e as cadeiras partem. E repara, Júlia, que, das cerca de cem cadeiras <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que se partiram, cerca de sessenta foram na zona VIP. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Onde é que tu achas que os rabos são maiores, e mais pesados, senão na zona VIP? Ao princípio tentou-se atribuir as culpas a actos de vandalismo por parte dos espectadores mas será, Júlia, que a principal percentagem de vândalos está nos espectadores VIP? Ao que parece a empresa chinesa de construção comprometeu-se a substituir as cadeiras partidas. Mas eu pergunto: sendo o problema estrutural e não daquelas cem cadeiras em particular, será que a empresa chinesa vai substituir as 42 mil cadeiras ou, pelo menos, todo o sistema de fixação das cadeiras ao cimento, em todo o estádio? </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Se o fizer temos obras para muito mais tempo. E para muito mais dinheiro esbanjado. Se não o fizer iremos ficar, gradualmente, sem cadeiras de plástico e com bancadas apenas de cimento, como em todos os outros estádios do país. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">De qualquer forma creio que, antes de fazer as reformas, a empresa chinesa faça um estudo profundo sobre os tamanhos e pesos dos rabos moçambicanos. Com análise de casos concretos quer dos cidadãos comuns, quer de alguns rabos VIP, devidamente seleccionados. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mas as coisas não parecem ficar por aqui. Pessoa que assistiu à inauguração diz-me que são já visíveis rachas no cimento em várias partes do estádio. E há que não esquecer alguns antecedentes. Lembras-te que no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, no Ministério dos Negócios Estrangeiros e no novo Aeroporto de Maputo há duas coisas em comum: terem sido construídos por empresas chinesas e, em todos eles, chover lá dentro. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O argumento para continuar a usar essas empresas é que trabalham barato e a crédito, mas costuma-se dizer que o barato sai caro e, neste caso das cadeiras, estou com curiosidade de saber qual vai ser o aumento na conta que teremos que pagar. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Enfim, são os chamados “negócios da China”. Um beijo para ti do </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0in 0in 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><strong>Escrito por Machado da Graça</strong></span></span></div><div style="text-align: justify;"><strong></strong></div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-27645354587230717142011-04-29T15:49:00.000-07:002011-04-29T15:50:15.059-07:00“Santo, súbito”?!<div style="text-align: justify;"><em>Roma prepara-se para beatificar o papa João Paulo II, na sequência da cerimónia a acontecer este domingo no vaticano, tenho o prazer de partilhar este texto, que não é da minha autoria, mas é próprio para um bom debate sobre a beatificação daquele que é tido como um dos papas mais humano dos últimos anos. </em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ainda em vida, o papa João Paulo II tudo fez para ser aclamado/idolatrado pelas multidões do mundo. Ao contrário de Jesus de Nazaré que, quando as multidões queriam aclamá-lo rei, sempre se furtou a esse tipo de messianismo idolátrico. E quando, por ocasião da sua entrada profética em Jerusalém, não teve mais como evitá-lo, foi para daí a dias ser preso pelas autoridades, julgado, condenado à morte e executado na cruz como maldito, não como santo. Até os dias da sua agonia e os do seu funeral, tão mediatizados, o Papa João Paulo II cuidou antecipadamente que fos-sem os da sua entronização definitiva como santo. E assim se fez. Pensam que foi espontâneo aquele grito das multidões presentes no funeral, "Santo, subito"? Tudo foi programado ao pormenor. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como também foi programado que o seu sucessor haveria de ser o cardeal Ratzinger, o seu braço direito e o seu cúmplice na perseguição a reconhecidos teólogos da libertação, defensores da eclesiologia de comunhão que o Concílio Vaticano II consagrou e que a Cúria Romana não pode sequer ouvir falar. Saibam que a Cúria do Vaticano não brinca em serviço. Todo aquele fausto, mesmo litúrgico, em que é perita, é imperial, não é jesuânico; tem tudo a ver com o Deus do antigo Império Romano, e nada a ver com o Deus de Jesus de Nazaré, o Crucificado pelo Templo e pelo Império coligados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ora, como os favores com favores se pagam, o papa Bento XVI/Ratzinger, só podia assumir, como um dos seus primeiros actos oficiais, a abertura oficial, em 28 de Junho 2005, da causa de beatificação de João Paulo II. E até já se fala num milagre operado numa freira, conseguido pela oração/cunha de outras freiras. Fica tudo em família. Deste modo, os negócios da Cúria Romana podem prosseguir sem percalços, porque um papa feito santo enquanto o Diabo esfrega um olho, dá milhões aos cofres do Vaticano e, sobretudo, dá um prestígio do caraças. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por outro lado,se o papa João Paulo II é assim canonizado sem mais, então também são canonizadas com ele as notórias posiões anti-jesuânicas dele contra a Teologia da Libertação, contra a eclesiologia de comunhão, contra a ordenação de mulheres, contra o celibato opcional dos padres, contra o uso responsável do preservativo, e contra as pessoas homossexuais e lésbicas. E ainda muitas outras acções criminosas, realizadas duran-te os largos anos do seu pontificado e com a sua bênção papal: "O Vaticano vendeu armas, financiou ditaduras, golpes de Estado, ocorreram falências financeiras e bancárias e por causa delas muitas pessoas «se suicidaram», além de ter ordenado operações encobertas do serviço de espionagem pontifício." (<em>cf.E.Frattini, A santa aliança. Cinco séculos de espionagem do Vaticano, Campo das Letras, 2005</em>)</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-56639493010679938392010-11-19T00:53:00.001-08:002011-04-29T15:55:39.579-07:00Carlos Cardoso vive!<div style="text-align: justify;">A pátria moçambicana, pode orgulhar-se de ter parido grandes homens, apesar de nem sempre lhes cultuar a memória gloriosa como é de justiça. É fácil aqui, preconceitos à parte, mencionar alguns, sem ser preciso recorrer a um Mondlane, a um Simango, a um Machel, a uma Simeão, a um Magaia, a um Matsangaíssa e mais recentemente a um Siba-Siba Macuacuá entre outros. Nesta pequena lista de heróis, com certeza que ficará por mérito próprio, um dos melhores filhos deste país: Carlos Cardoso. Indubitavelmente um moçambicano que, pelas suas convicções, pode e bem, ombrear com figuras como Martin Luther King, Nelson Mandela, Ché Guevara, John F. Kennedy, Malcom X, entre outros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os da sua geração apontam-no como “um mártir da liberdade de imprensa, pelo extraordinário trabalho de jornalista investigativo, que ousou interferir na rede da corrupção e do crime organizado no seu país, por isso foi assassinado”. Quanto a mim, a sua obra é de dimensões universais. Faltou-lhe apenas ter nascido num país de maior projecção internacional e que bem cuidasse da reputação dos seus melhores filhos, para que hoje o seu nome corresse de boca em boca à escala planetária. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>O contexto da sua morte </strong></div><div style="text-align: justify;">O que se segue é uma tentativa sucinta e apaixonada de descrever o contexto da sua morte com base nos vários documentos tipo relatórios, jornais e tantos artigos publicados na Internet ao longo destes anos. Aconselho aos que se interessarem mais pelo assunto, a procurarem por outras fontes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>1992-1996</strong></div><div style="text-align: justify;">Passam por estes dias, 10 anos desde a sua morte. Por razões óbvias, recuemos no tempo até 1992, data da assinatura dos acordos gerais de paz e da fundação do Banco Comercial de Moçambique (BCM). Desde então, a economia do país começou a crescer de forma impressionante. A agricultura continuou a ser o motor da economia, mas o país tinha enormes recursos hidroeléctricos, petróleo e gás natural por explorar.</div><div style="text-align: justify;">Nesse ambiente, Carlos Cardoso e outros profissionais, criaram o Mediafax, uma publicação orientada para um jornalismo de investigação, notabilizando-se sobretudo na abordagem de temas polémicos. Ainda em Maio desse ano, surgiu pela mão do mesmo grupo, outra publicação: o semanário SAVANA.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Logicamente, apesar do visível crescimento do país, como um bom jornalista que era, Cardoso tinha dúvidas sobre os reais beneficiários da revolução capitalista de Moçambique. Ligado aos sectores mais radicais da Frelimo (socialistas), denuncia o alastramento da corrupção e os abusos de poder. Atribui o elevado crescimento do país, não a um desenvolvimento sustentável, mas a especulações na banca e no imobiliário em Maputo, à lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e outras actividades ilegais. Torna-se uma personagem incómoda pela forma desabrida como relatava as situações. Começa a afirmar-se que sabia demais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para dar credibilidade a muitas das suas afirmações mais polémicas aponta-se o facto de em 2000, a Agência Americana Anti-Drogas (DEA), que tinha aberto um gabinete na vizinha África do Sul, em 1997, para monitorizar o explosivo crescimento da indústria de narcóticos na região, ter identificado Moçambique como um dos principais portos de entrada de drogas ilegais oriundas do Sudeste Asiático. Estas drogas são depois enviadas para a Europa. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Embora continuasse a ser um simpatizante da FRELIMO, Carlos Cardoso estava convencido que as políticas do governo beneficiavam principalmente os ricos. À medida que avançava nas suas investigações, descobria novos casos de corrupção entre membros do partido no poder que acumulavam enormes fortunas pessoais. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>1997-2000</strong></div><div style="text-align: justify;">Em 1997, abandona o Mediafax e lança o Metical. Fiel às suas raízes socialistas, dirigiu este jornal como uma cooperativa. A partir de 1998, para além do seu trabalho jornalístico, envolveu-se na política local em Maputo, tornando-se membro do Conselho Municipal. No Metical passou a denunciar figuras de topo da FRELIMO. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com esta trajectória interventiva, a história oficial da sua vida aponta para um dos desfechos mais comuns em África: assassinato a mando daqueles que foram feridos nos seus interesses. E como tal, em termos físicos foi barbaramente assassinado às 18 horas de 22 de Novembro de 2000, mas a sua obra e o seu espírito subsistirão intactos na memória de todos os homens de bom-senso deste país. Muitos Cardosos ainda virão! </div><div style="text-align: justify;">Ele vive!</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-9715058319759793052010-11-12T00:49:00.001-08:002011-04-29T15:57:37.174-07:00Por quê lutaram os nossos pais?<div style="text-align: justify;">Por estas alturas no ano passado, alguns dias depois de deixar bem claro que os seus pares têm o pleno direito de ficar ricos porque lutaram para tal, um “ilustre” combatente, bem no púlpito de um palanque, algures na cidade da Beira, eufórico e visivelmente inebriado pelas ovações e honrarias hipócritas dos convivas, quais lambe botas do caraças, cantou nos seguintes termos: “daqui não saio, daqui ninguém me tira...”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-É um canto do cisne! – Disseram na altura alguns sectores da opinião pública.</div><div style="text-align: justify;">-São simples manias de um velho lobo-do-mar! – Concluíram outros, inclusive aqueles que tínhamos como os mais lúcidos e com visão para ler cenários políticos da praça. Dito sem metáforas, muitos não perceberam ou simplesmente ignoraram as entrelinhas da canção. Mas, lembrem-se meus bons conterrâneos: nada vem ao acaso!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Anunciou-se há dias o vencedor do concurso para a escolha da terceira operadora de telefonia móvel. Como todos sabem, ganhou a Movitel, um casamento entre a Vietel do Vietname e a SPI, ligada ao partido Frelimo. Desde já, vários sectores de opinião reagiram questionando a transparência e os moldes que nortearam a escolha. De forma profunda e exaustiva, o jornal SAVANA de hoje, 12.11.10, escreve que “a Movitel e a Uni-Telecomicações, disputavam renhidamente o concurso, mas apesar de ter colocado por cima da mesa o valor mais alto a pagar pela licença de exploração, a aliança Unitel e Insitec, perdeu na conjugação da proposta técnica e financeira”. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Adiante, o semanário refere que “a empresa vencedora, apresentou uma proposta financeira de 28. 2 Milhões de dólares, contra 32 milhões da Uni Telecomunicações e 25 milhões da TMM. Na análise da proposta técnica, a Movitel obteve a classificação mais alta, 95.05 pontos contra 77.843 da TMM e 76.783 referentes a Uni-Telecomunicações. Na conjugação das componentes técnica e financeira, a Movitel foi declarada vencedora”. Segundo o regulamento do concurso, a proposta técnica tem um peso de 70% contra 30% da financeira. Chamado a reagir, o PCA do Instituto Nacional de Comunicações, afirmou concorrer a favor da Movitel, o facto desta se propor a expandir pelo país em curto espaço de tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>SPI</strong></div><div style="text-align: justify;">Criada em Dezembro de 1992, SPI é uma holding do partido no poder. Nos últimos dias não pára de ampliar os seus negócios. Além dos 35% de acções na Kudumba, firma tristemente famosa pela gestão dos polémicos scanners de inspecção não intrusiva, a SPI tem também participações financeiras no Casino Polana, CDM, Salvór Hotéis Moçambique, Celmoque, Forris Telecom Moçambique e Tubex (vide na integra o SAVANA de 12.11.10, pag, 2). </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Consta igualmente que possui investimentos na futura fábrica de cimentos de Salamanga, em projectos imobiário-turísticos na praia do Bilene, em Gaza, Multicomplexo Tchumene na Matola e empreendimentos turísticos em Tete. A holding, está também no Terminal de Petróleos da Matola e anda associada aos chineses do Fundo Internacional da China, etc, etc e etc.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pois é! Este é o nosso modus vivend. Eis o país das cunhas, das alianças nepotistas e do salve-se quem puder, Deus para os vermelhos. Um país à mercê de máfias sem escrúpulos e incapaz de se levantar com os seus próprios pés. Um país gerido por políticos de muito mau gosto, hábeis em embalar as massas com mentiras e hipócritas atitudes de seriedade, proferidas em discursos repetitivos, sempre a prometer o bem-estar, quando na verdade a roda já foi inventada: nada de concreto para o povo sofredor, senão falsas promessas!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Gostava de vos cantar, homens e mulheres do meu país, mas só vos posso chorar por não nascerdes de novo. Só vos posso chorar por continuardes letárgicos perante tanta patranha. Só vos posso chorar ao saber que temeis a mudança. É uma pena morrer à fome, quando tendes 36 milhões de hectares de terra arável, prontos para produzirem comida que baste. Como dói vê-los formatados, sem consciência crítica, alienados por futebóis faz-de-conta e novelas anestesiantes que os tornam eternos pagantes de impostos e simples bestas de carga! Por quê lutaram os nossos pais?</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-34776348337990869662010-08-06T05:54:00.000-07:002010-08-06T05:59:32.566-07:00Lembrar Niassa 2000/2005Lichinga 5/8/10 (Editorial Jornal Faísca)– Nos dias que correm todo o mundo anda embalado quando se fala do desenvolvimento da província do Niassa. A roda já foi inventada e o passo é andar com ela e aproveitar a sua velocidade. Em 1995 realizou-se o seminário Niassa 2000 e o objectivo era colocar a província no mapa do desenvolvimento através de varias acções.<br /><br />Em 1999 seguiu-se o Niassa 2005 para complementar o que o primeiro não cumpriu. Entrou-se a seguir num barco estagnado até que em 2008 foi lançado o Niassa 2017. Nestes três documentos somente os dois primeiros casam entre si. O Niassa 2017 é totalmente novo e inoportuno, pois há ainda muito por explorar nos seus antecessores. <br /><br />De lá para cá muitas realizações foram feitas. Os recursos humanos foram formados no ensino superior, a electrificação através da HCB atingiu vários pontos, entre outras coisas. No entanto, nos dias que correm, a roda está sendo reinventada pelos dirigentes da actualidade e saldo deste malabarismo é a estagnação de muitas instituições públicas a todos os níveis. Nos tempos do Niassa 2000, os encontros de balanço de determinadas acções eram actividades constantes em Lichinga. <br /><br />Com o Niassa 2005 idem. Havia participação das pessoas, independentemente do seu cargo ou direcção. Actualmente, criou-se um clube de amigos. Porém esses amigos não têm muito domínio sobre a província, o que levou ao corte de alguns apoios externos.<br /><br />O clube vive da fofoca para alimentar os cargos que ocupam em função da amizade e aproximação geográfica com o chefe. O resultado deste tipo de atitudes foi a porrada que o GN levou na segunda sessão da Assembleia Provincial. Os membros da AP não se deixam enganar e muito menos iludir, querem trabalho no distrito, não querem máfias de dirigentes. Entrando no Niassa 2017 encontramos um PEP cada vez mais órfão de pai e padrinhos.<br /><br />A sua equipa pensadora morreu vítima da cegueira de dividir para reinar. Por isso no seu segundo ano de existência, não teve ainda um balanço sequer! Não se sabe quantas empresas entraram no Niassa, quantos quadros foram formados, quantos quilómetros de estradas asfaltados ou melhorados, etc. Perante estes cenários que saídas se esperam para a província até 2014? Problemas mesquinhos de ocupação ilegal de terra em Sanga, Ngauma, devem ser resolvidos centralmente? Em Lichinga não existe Director Provincial ou Governador para tal? <br /><br />Qualquer dia, se calhar alegando falta de orçamento, irão exigir a presença de uma brigada central para colocar uma lâmpada no gabinete! A nossa contabilidade mostra que em 2010 a província recebeu duas visitas de alto nível: Ministro Norueguês do Desenvolvimento Internacional, e a equipa chinesa do Kingroup. Pelos vistos foram funcionários juniores que acompanharam estas equipas! A chefia andou longe, andou em Ngauma e Tete. Chegados aqui, questionamos se efectivamente vale a pena ter o tipo de dirigente que temos? Ou teremos que aguardar por uma presidência aberta para correr com eles? Vimos isso em Abril quando administradores distritais caíram como uma peste amarela! Em Lichinga pode-se aplicar a mesma fórmula.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-26298436653901373182010-06-28T06:24:00.000-07:002010-06-28T06:35:40.792-07:00Amigos<div align="center"><br />Pertence a F. Pessoa. Eu li, gostei e agora dedico a todos os meus amigos…<br /> <br />Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhámos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.<br />Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje já não tenho tanta certeza disso.<br />Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas que trocaremos.<br />Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo...<br />Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:"Quem são aquelas pessoas?"<br />Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!-"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"<br />A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...<br />Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.<br />E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida isolada do passado.<br />E perder-nos-emos no tempo...Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...<br />Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"<br /><br />Fernando Pessoa</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-36271362025479448612010-01-10T23:13:00.000-08:002010-01-10T23:20:38.551-08:00Que 2010 seja melhor!<div align="justify">Lichinga (Faísca) – Quando esta cópia do jornal estiver nas suas mãos ou no seu computador, já estaremos em 2010. Para trás ficou o ano de 2009 um ano cheio de muita realização alguma sem peso, ou com muito peso.<br /><br />Os projectos pessoais e colectivos que ficaram adiados em 2009 esperamos que sejam concretizados em 2010. Quando se chega no final de cada ano há sempre espaço para um balanço, o que não deixaremos de fazer. As obras do ESTADO na província continuaram a ser feitas sem o cumprimento dos prazos, sem qualidade.<br /><br />O <em>conterranismo</em>, <em>amiguismo</em>, também estiveram patentes na atribuição de determinados cargos de chefia na função pública. As estradas do Niassa continuam com o mesmo pedaço de alcatrão, embora tenha transpirado algo dando a entender que haveria asfaltagem da N13.<br /><br />Nos conselhos municipais vimos novos dirigentes a tomarem posse para um mandato de cinco anos. É nestes municípios onde há problemas por resolver, mas que estão a ser relegados para o terceiro plano. Os actuais presidentes esqueceram o prometido durante o tempo da caça ao voto. Esperamos que as obras municipais em Lichinga, Cuamba, Marrupa e Metangula tenham uma celeridade para o bem dos munícipes.<br /><br />É complicado que uma cidade capital se equipare a um posto administrativo de Nampula, Maputo. O edil de Lichinga ainda dorme na sombra do pinheiro, adiando as promessas eleitorais que ele próprio fez em Novembro de 2008. Continua a apostar em obras mesquinhas e não toca nos problemas bicudos que são o nó do estrangulamento da urbe.<br /><br />As estradas continuam com o mesmo asfalto de 1964, muito pouco foi feito para alargar a rede de estradas asfaltadas de Lichinga. Estamos preocupados com a estagnação de algumas regiões da província do Niassa, tudo por causa do tipo de dirigentes que lá existem.<br /><br />O nosso desejo é que em 2010 haja uma governação seria sem perseguições, com muita inovação e acima de tudo muito sossego para os técnicos para poderem implementar o PES. Esperamos que todos tenham o direito a opinião em assuntos importantes que tocam esta região do País.<br /><br />Finalmente uma mensagem para os nossos leitores para que continuem a ler o nosso produto.<br />Temos dito<br />Editorial Jornal Faísca 1.01.10</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-73900792487013584742009-12-18T03:06:00.000-08:002009-12-18T03:07:53.736-08:00Desata-te! O que é que te impede?<div align="justify">Ao iniciar o ano de 2010, como diz o ditado “ano novo vida nova”, devemos tentar começa-lo com energia positiva libertos de conceitos e preconceitos, que nos impedem de seguir um caminho livre de ataduras, como ainda se fossemos “escravos”. E tu és escravo de quê? Do teu partido? Da tua religião? Das feridas que recebeste quando eras criança? De algum vicio nocivo que te vai matando aos poucos? Daquilo que alguém decidiu por ti ou duma relacao que não te satisfaz? De um trabalho que não desfrutas ou da vida que levas?<br /><br />Desata-te! Deixa para trás o fardo que levas e que nele guardas animosidade, rancor e culpa. Deixa já de culpar aos outros, por aquilo que te foi mal na vida. Em cada dia que passa, tens a oportunidade de começar outra vez. Cada manhã, ao abrires os olhos, nasces de novo, recebes outra oportunidade para mudar a tua vida em direcção àquilo de que gostarias de melhorar. A possibilidade é toda tua.<br /><br />O que é que te impede? O medo do insucesso? Do êxito? Do fracasso? Daquilo que dirão os outros? Da critica? De cometeres erros? De estares só? Rebenta já a corrente com que tu mesmo te amarraste. O único a que deves temer é a ti próprio, ao deixares passar a vida sem fazeres o que queres e decidir as tuas coisas de acordo com os teus princípios e convicções. Os erros do passado já foram esquecidos e os erros do futuro serão perdoados. Podes ter a certeza de que ninguém guarda um ressentimento daquilo que fizeste mal. Só tu mesmo…Esse juiz que te condena esse algoz, esse mau amigo que sempre te critica… és tu mesmo. Deixa-te em paz e perdoa-te só tu podes conseguir.<br /><br />Acorda! Esta é a vida! A vida não é o que sucede quando se cumprem todos os teus planos, nem quando tiveres o que desejas. A vida é o que está a passar agora e neste preciso momento. Pensa: neste momento o teu coração leva sangue a todas as células do teu corpo e os teus pulmões levam oxigénio aonde ele é necessário. Neste momento, existe algo que não podemos compreender muito bem, que te mantém vivo e que te permite ver, pensar, expressar-te, mover-te, rir e até chorar se quiseres. Sobre o dia de amanhã não sabemos, meu irmão. Mas de uma coisa eu tenho certeza: a vida é hoje e a morte é o fim!<br /><br />Não te habitues a acordar aborrecido, mal-humorado ou preocupado. Põe a mão no teu peito e sente o coração a bater com força, dizendo-te: “estás vivo, estás vivo, estás vivo”. Eu sei que a vida não é perfeita e que está cheia de situações difíceis. E é talvez, por isso que te oferece todas as ferramentas de que necessitas para enfrenta-la: a liberdade de escolher como reagir perante aquilo que sucede; o amor, carrinho e o apoio dos teus seres queridos. Sei também que não és perfeito; ninguém é. No entanto, há milhões de circunstâncias que estão reunidas para que existas.<br /><br />Foste formado a partir de um desenho maravilhoso e partilhas com toda a humanidade as virtudes e defeitos. Assim está inscrito nos genes de todos os seres humanos, teus irmãos universais. As tuas paixões, os teus medos, as tuas feridas, as tuas debilidades, a tua agressividade, os teus segredos, em suma os teus pontos fracos deves partilhar com os teus irmãos de sangue e de vida. Esses supostos defeitos são parte da tua liberdade e da tua humanidade. E se, acaso, perguntas quem sou eu para te dizer tudo isto, respondo-te que não sou ninguém, sou simplesmente uma versão diferente daquilo que tu és: outro ser humano entre milhares de milhões, mas um que decidiu ser livre e desfrutar do prazer e da maravilha que a vida é. Desata-te! O que é que te impede? Conto contigo.<br />Feliz natal e prospero 2010<br /><br /><br /> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-58886272537193177512009-12-07T03:54:00.000-08:002009-12-07T04:10:31.177-08:00Investir na provincia do Niassa<div align="justify">Lichinga (Faísca) - A província de Niassa volta mais uma vez a entrar no centro do barulho no tocante ao investimento estrangeiro. Esta semana em Lichinga tem lugar uma conferência sobre os projectos florestais em curso na província do Niassa.<br />Há muito tempo que não havia algo para sacudir alguns pendentes ligados ao investimento nacional e estrangeiro na província do Niassa.<br />Quando se fala de florestas, logo a primeira é tocada a questão da TERRA! Terra essa que já não abunda muito na província.<br />É que são quatro empresas posicionadas em partes de cinco distritos do Niassa, distritos com alguns problemas de desmatamento.<br />São as famosas consultas comunitárias que não acontecem, são favores a esta e aquela empresa florestal na emissão de DUAT em detrimento de outras. É neste prisma que é feito o desenvolvimento da província do Niassa nos últimos cinco anos!<br />A conferência é importante por surgir nas vésperas de mais uma época de plantio de pinheiro e eucaliptos nos distritos de Mandimba, Sanga, Ngaúma, Muembe, Lichinga e Lago.<br />A conferência é mais importante ainda porque permite-nos ver até que ponto o prometido está sendo cumprido por parte dos investidores.<br />Olhando para o aspecto positivo deste investimento, nota-se que há muito emprego formal em Mbandeze, Chiconono, Maniamba, Massangulo, Mussa, Mapaco e na cidade de Lichinga.<br />Notamos que há muito moçambicano que tem acesso ao banco e usa as famosas ATM’s em cada mês para ter acesso ao Metical.<br />Notamos também que alguns bancos comerciais da praça beneficiam deste investimento estrangeiro todos os dias.<br />Mas acreditamos que ainda falta muita coisa, como escolas (de qualidade), furos de água, etc e etc prometidos nas negociações para o acesso aos milhões de terra.<br />Acreditamos que da parte do Governo do Niassa, deve haver uma mudança de atitude na fiscalização destes investimentos.<br />A conferência provincial sobre o reflorestamento servir de trampolim político de uma gang algures sem direcção.<br />É que há muito ainda por ser feito até 2015, altura em que se espera que as primeiras colheitas começam a sair nas florestas.<br />Há que falar da reabilitação da linha-férrea Cuamba-Lichinga, estradas, expansão da energia eléctrica e outros serviços de apoio aos distritos onde os projectos são implementados.</div>Temos dito!<br />Editorial, Jornal Faísca, 4.12.09Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-38833446572562136322009-11-20T07:08:00.000-08:002009-11-23T06:53:57.660-08:0022 de Novembro de 2009<strong><span style="font-size:130%;">Em Memória de Carlos Cardoso</span><br /><br /></strong><div align="justify">Ano de 2000. Tarde de quarta-feira 22 de Novembro. Carlos Cardoso fechou a edição do dia e enviou por Fax o <em>Metical</em> aos mais de 400 assinantes, sobretudo diplomatas, funcionários e pessoas ligadas aos negócios. O dia caía, por volta das 18 horas entrou no carro com o motorista e dirigiram-se à casa.<br /><br />Pelo caminho, numa das avenidas de Maputo, duas viaturas Vokswagen, um Citti Golf vermelho e outro 1600 Sedan com vidros fumados, bloquearam o seu automóvel. De acordo com várias notícias, dois homens armados com AK-47 saíram de um dos veículos e atiraram fatalmente contra o jornalista e feriram o seu motorista.<br /><br />Morria nesse instante supremo um grande homem, o percursor do jornalismo investigativo em Moçambique e porta-voz das minorias empobrecidas e oprimidas que com suor e sacrifício sobrevivem à intempérie a tentar encontrar a sua voz e vez. Foi o maior no jornalismo e um dos melhores entre os filhos de Moçambique, é por isso que, o seu nome ficará indelevelmente marcado no rodapé da história contemporânea deste país.<br /><br />As causas por detrás da sua morte suscitaram muitas interpretações, todavia a maior parte delas ponderam que Cardoso foi morto porque representava uma grande ameaça contra a corrupção, a lavagem de dinheiro, o narcotráfico, o abuso de poder, o enriquecimento ilícito entre outros crimes. A maior parte desses males eram e continuam a ser protagonizados por pessoas ligadas ao poder politico e económico. Nesta ordem de ideias, em 2001, numa das suas passagens, um relatório do Comité para Protecção de Jornalistas, escreveu nos seguintes termos: “ Cardoso tinha sido morto por que era o único jornalista que tinha os contactos, a habilidade e a tendência para confrontar as elites no poder com provas sobre a sua própria corrupção”.<br /><br />De lá para cá, passam nove anos. São nove anos de eterna saudade. Anos de ausência-presença. Anos de dor. Anos de nostalgia. Anos de frustração e de rancor por parte de seus familiares, amigos e muitos outros cidadãos que se revêem e se espelham em seus ideais, pelo que um simples julgamento e uma pena máxima contra os seus assassinos constituem uma insignificância para repor o vazio e o luto que ele deixou.<br /><br />Entretanto, para além de dar que falar, a sua morte despoletou várias faces ocultas do sistema politico e economico de turno na época, como também pôs a nu muita podridão, outrora encobertas pelos mais eficazes métodos maquiavélicos. A partir daí, o país, demonstrou ao mundo, até à saciedade, a hipocrisia e a mentira por que sempre se regeu. Passou-se a conhecer na integra os indivíduos que ditam as regras do jogo, como também fez-se saber que, às vezes o estatuído na lei serve apenas para o Inglês ver tal como aconteceu com a liberdade de imprensa preconizada em principio na Constituição de 1990, Cardoso quis fazer o seu uso e logo foi morto.<br /><br />Com a morte deste grande homem, Moçambique passou, cada vez mais, a ganhar lugar no grupo dos países mais corruptos do mundo e cresceu sobre si o número de pesquisas e investigações sobre actividades ilegais. Posteriormente, esses estudos pariram inúmeras exposições violentas que mancharam a nossa imagem no contexto das nações. Um deles foi em 2000 quando o famoso relatório da Agência Americana Anti-Drogas (DEA) que tinha aberto um gabinete na vizinha África do Sul, em 1997, para monitorizar o explosivo crescimento da indústria de narcóticos na região, reportou que Moçambique era um dos principais portos de entrada de drogas ilegais oriundas do Sudeste Asiático e, ainda segundo a DEA, a maior parte deste tráfico é, posteriormente, enviado para a Europa.<br /><br />Assim, volvidos que são nove anos é necessário que novos Cardosos surjam para prosseguir com os ideais do primeiro. Moçambique continua a subir na lista dos mais corruptos entre as nações, a pobreza cresce, a exclusão social aumenta, as assimetrias regionais prevalecem, o tribalismo e regionalismo nos caracterizam, a partidarização do aparelho de Estado é o nosso <em>modus vivendi</em>, o país virou um <em>suave Zimbabué</em> e o aparelho de Estado um feudo gerido por gente individualista até ao nojo.<br /><br />Em meu entender, as condições existem, mas faltam a coragem e estômago para tal, algo que persiste, devido a crónica mentalidade de defesa do pão, <em>labebotismo</em> e <em>escovismo</em> crassos que caracterizam muitos jornalistas deste país. Cardoso era destemido e mais do que isso foi um verdadeiro patriota, razão pela qual deu a sua vida pela pátria amada. Por tudo isso e muito mais, o seu nome continuará a inspirar gerações. Que a sua alma descanse na paz dos anjos e que Deus lhe perdoe as suas faltas! </div>Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-49275650675486860752009-10-21T04:44:00.000-07:002009-12-04T02:33:46.229-08:00AEU-UEM E OS CONTORNOS DE UMA PALESTRA/CAMPANHA<div align="justify">Basta apenas um olhar desatento e superficial, em relação ao desempenho do actual elenco da Associação dos Estudantes Universitários da UEM, para chegar-se a conclusão errada de que este constitui o melhor grupo que já alguma vez presidiu os destinos daquela Associação. Foi nessa ordem de ideias que há um tempo publiquei alguns escritos a valorizar, elogiar e exaltar os feitos, aparentemente positivos da referida turma.<br /><br />Hoje é claramente notório que, os dirigentes deste órgão, guiam-se pela táctica que consiste em turvar as águas para manipular a opinião estudantil e camuflar os podres que mantêm por detrás daquelas caras tipo anjinhos, ou seja, fingem que trabalham em prol dos estudantes enquanto no fundo são autênticos oportunistas e precursores do latrocínio que até agora, graças ao diabo, continuam a enganar-nos, inclusive de tanta habilidade conseguem granjear simpatias até da própria reitoria. Por conseguinte, em detrimento de bibliotecas, livrarias, museus e cultivar nos estudantes o hábito de leitura, dedicam-se a assinar acordos para obter descontos nas discotecas e outras casas de diversão. É por essa via que, quando deles esperamos a criação de debates e reprodução de ideias com vista a solucionar as crises que assolam o país, nos embriagam com festas estupidamente narcotizantes que prolificam ambientes propícios para o despontar de uma juventude adúltera, domesticada e mentalmente estéril, assim também uma geração de lacaios completamente desprovidos de senso crítico.<br /><br />Na mesma óptica, no lugar de promover palestras científicas e académicas organizam campanhas eleitorais como aconteceu no passado dia 2 de Outubro. Alias, olhando para os contornos com que, o evento tomou, afigura-se certo afirmar, sem sombra de dúvidas que a sua realização foi oportuna, pois, apesar de voltarem frustrados e revoltados por terem sido servidos Gato ao invés de Lebre como antes foi anunciado, os estudantes/participantes disseram ter sido uma boa lição de vida e acrescentaram ter saído de lá mais lúcidos e libertos, doravante jamais serão enganados. “A máscara partidária da AEU acabava de cair naquele dia”, afirmam. Para mais informações sobre o evento, vide no Canal de Moçambique de 6-10-09 e no Magazine independente de 21-10-09, os debates em: <a href="http://comunidademocambicana.blogspot.com/search?q=AEU">http://comunidademocambicana.blogspot.com/search?q=AEU</a>.<br /><br />Com efeito, em resposta a fortes pressões internas e externas oriundas dos estudantes bem como de algumas faculdades que chegaram a ameaçar não colaborar com a associação por causa de tais patranhas e outras atitudes pouco dignas para pessoas que dirigem um órgão do género, o presidente da AEU, numa atitude nobre, mas forçada, deu a mão à palmatória e reconheceu o erro pedindo desculpas por via de um comunicado que agora pulula de canto em canto na Universidade e nas residências.<br /><br />Entretanto, pelo sim ou pelo não, parecer que as coisas não andam lá muito bem na associação e a referida palestra constituiu a gota de água que precipitou os ânimos, ao avivar rancores ocultos que, por sua vez, deram a conhecer sobre a existência de graves problemas no seu seio. Segundo ficou-se a saber, AEU que outrora, em 1991, foi criada para servir os interesses dos estudantes, agora virou um clube de amigos e um verdadeiro feudo cujo objectivo é resolver problemas ligados à fome de uma pequena elite interna. Regista-se tambem sérios indícios de nepotismo e falta de transparência na gestão dos 60 meticais que os mais de 20 mil estudantes da UEM pagam anualmente para garantir a sobrevivência do órgão. Esta tendência vai ganhando forma devido ao espírito de falta de prestação de contas, propositadamente implantado por ali. Ligadas a tais incoerências, estão os frequentes desentendimentos e desatinos na tomada de decisões. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Neste capítulo, as fontes apontam que, desde Setembro de 2008 (época da tomada de posse), até agora, como forma de retaliação, três elementos chave da direcção geral abandonaram o órgão e a há pouco tempo se demitiram dois chefes sobejamente conhecidos pelas suas duras críticas aos desmandos ali instituídos.<br /><br />Segundo esses relatos, além disso, no rol das discórdias constam algumas viagens desnecessárias, habilmente concebidas para esbanjar fundos. Tais actos são alegadamente protagonizados por pessoas que sintomaticamente ocupam os lugares cimeiros do poleiro. No mesmo diapasão, há indicações do uso abusivo e anti-racional de produtos doados para actividades académicas, ou seja, chega-se ao ridículo de cozinhar com a água mineral remanescente das palestras, para além de vendas ocultas de camisetes requisitadas para marchas estudantis como aconteceu na lufa-lufa de17 de Novembro de 2008.<br /><br />Assim, alguns membros que ainda sobrevivem à intempérie tentam em vão batalhar para a realização da Assembleia-geral (que está para breve segundo os mesmos) tida como provável bóia de salvação, enquanto imploram a Deus, para que mande uma chuva de auditorias nas contas da associação, com vista a pôr a nu toda rapina que subjaz nas suas entranhas.<br /><br />Enquanto tal não acontece o meu apelo vai direccionado aos nossos ilustres dirigentes para que levem a bom porto esta instituição que é de todos nós. Não convêm que os seus destinos estejam a mercê de jovens imaturos a sair da puberdade, sem espinha dorsal e um desenvolvimento integral, muito menos ainda sem audácia para se meterem nas mesmas causas históricas e heróicas pelas quais os nossos pais Eduardo Mondlane, Uria Simango, Samora Machel, entre outros deram para libertar este país.<br />Pensem nisso, contanto que não vos zangueis comigo, pois há entre vós algumas excepções a esta regra!<br />Tem a palavra o presidente!</div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-6192282303904732462009-10-01T03:36:00.000-07:002009-10-01T07:31:45.754-07:00Os nepotistas…<div align="justify">Há um tempo quando escrevi sobre a incessante institucionalização do nepotismo nas organizações públicas e privadas do nosso país, muitos conterrâneos nacionais abordaram-me procurando saber sobre o significado da palavra.<br /><br />Para satisfazer a eles e quiçá a outros com interesse no assunto, saibam que: morfologicamente, a palavra híbrida nepotismo é formada pelo radical nepote (do latim népos/nipote/nepõtes, que significa sobrinho/neto/descendente) e pelo sufixo nominal: "ismo" (do grego ismós, que significa "prática de").<br /><br />Fontes clássicas indicam que a palavra nepotismo provém do baixo-latim eclesiástico: nepote, que significaria sobrinho do Papa. Deste modo, nepotismo significa a prática adoptada pelos Papas dos séculos XV e XVI em favorecer, sistematicamente, suas famílias com títulos e doações.<br />Contemporaneamente, o nepotismo é o hábito de favorecer alguém preferido pelos que detêm o poder. O Dicionário Michaelis, procurando incrementar o significado da palavra, indica, por extensão voluntária, que nepotismo é o "favoritismo de certos governantes aos seus parentes e familiares, facilitando-lhes a ascensão social, independentemente de suas aptidões. Portanto as pessoas que cultivam esse comportamento podem ser consideradas os nepotistas…<br /><br />Note-se que, este pendor vem desde o século XV, inicialmente protagonizado pelos Papas, os mesmos que se presume serem indivíduos mais próximos de Deus (conforme nos ensina a Igreja Católica Romana) e confrades do seu filho, Jesus. Facto que, segundo a minha opinião, devia fazer-lhes agir com justiça e igualdade, pois que, tanto Deus como Jesus (segundo eles mesmos) são bons e jamais mensurariam as pessoas com base em graus de parentesco!<br /><br />Como ficou acentuado na última abordagem sobre o assunto, cá entre nós, essa propensão tem logrado sucessos graças a insensatez dos nossos dirigentes e alguns “chefesitos” que ao sabor da sua obstinação passam por cima dos concursos públicos, empregam parentes e distribuem cargos de confiança a esposas, filhos, primos, cunhados e toda índole de afins que recolhem por aí.<br /><br />Um dia desses um amigo dizia estar seguro de que seria aceite numa empresa porque, além de reunir os predicados exigidos, a entrevista tinha sido conduzida por um indivíduo de raça branca e estrangeiro. Dito e feito, dois dias depois, o mesmo foi contratado. A seguir ligou-me para provar a sua presciência e acrescentar que, aquele lugar não seria seu, se fosse entrevistado por um compatriota. Vejam senhores e senhoras a que ponto a situação chegou!? Será que temos que chamar gente de fora, até para ensinarem-nos a fazer entrevistas de emprego?!<br /><br />Por exemplo, nos últimos dias há uma série de monitorias com vista a cobertura das eleições. Nisso, há indicações de que o grosso modo delas são feitas por clubes de amigos amadores e incompetentes que, daqui a um ou dois meses, em forma de resultados das mesmas, virão a público de boca cheia e a repetir até à náusea, o mesmo lugar comum de sempre: a Frelimo usou meios do Estado para a campanha eleitoral e que os órgãos de comunicação social públicos fizeram uma cobertura parcial, mesmo que isso não seja verdade, contanto que deleite os patrões das tais pseudo-pesquisas. Onde é que vamos parar a esse nível?<br /><br />Por outro lado, um relatório recentemente publicado pelo Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP), em Maputo, concluiu que a filiação partidária, o nepotismo e o amiguismo predominam como critérios de recrutamento para a função pública. Estima-se que o número de funcionários do Estado recrutados com base no mérito profissional se situe em apenas 13 porcento.<br /><br />Que verecúndia! Mas nem tudo está mal, porque felizmente esses factos põem a nu a crescente hipocrisia “euforisada” nos discursos efusivamente proferidos em prol da unidade nacional e de igualdade de direitos e oportunidades para todos. Fiquem de olhos compatriotas, há nepotismos crassos em tudo quanto é canto no país, sendo talvez por isso que, as nossas instituições carecem de porte suficiente para gozar de alguma credibilidade, aqui e além fronteiras.<br /><br /><strong><span style="color:#33cc00;">PS. Rui Lamarques acabou de criar um novo blog. O mesmo chama-se “A putanizacao da nossa espécie”. Portanto é uma referência certa para aqueles que gostam de percorrer escritos feitos com um alto grau de lucidez. Sendo assim convido-lhe a espreitar a nova janela e faça-o com gosto e como quem mastiga, asseguro que não irá se arrepender…<br />Eis aí o site:</span></strong> <a href="http://frontalidade-xigono.blogspot.com/">http://frontalidade-xigono.blogspot.com/</a> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-58615242281681760812009-09-02T06:35:00.000-07:002009-09-02T06:38:57.273-07:00A “PRAGA” DA PARTIDARIZAÇÃO DAS RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS<div align="justify"><em><strong>“...A filiação partidária, o nepotismo e o amiguismo predominam como critérios de recrutamento para a função pública. Estima-se que o número de<br />funcionários do Estado recrutados com base no mérito profissional se situe em apenas 13 porcento…”<br /></strong></em><br />Este excerto pode-se ler num relatório publicado na quinta-feira, 16.07.09, na capital do país pelo Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP) assim como numa notícia do jornal A TribunaFax do dia 20.07.09, assinada por Matias Guente a propósito da frequente partidarização do Estado em Moçambique.<br /><br />A leitura deste documento fez-me lembrar o actual cenário que caracteriza os estudantes nalguns lares universitários de Maputo. Uma situação típica da corrida aos armamentos protagonizada pelos países europeus nas vésperas das duas grandes guerras mundiais, como documenta a história universal. Só que, no caso presente, trata-se de uma febre aos partidos políticos rumo às eleições de Outubro.<br /><br />Na minha modesta opinião, penso não ser mau, nem condenável, o acto das pessoas aderirem aos partidos políticos, sejam eles quais forem. Aliás, cada cidadão é livre de o fazer nas condições em que bem entender, contanto que, não seja de forma exasperada, como acontece nos últimos dias nessas casas onde a situação chega a confundir-se com uma autêntica praga.<br /><br />Embora reconhecendo o papel crucial que os partidos políticos jogam numa sociedade democraticamente salutar, considero-os, autênticas pedras de tropeço e, por isso, sérios obstáculos para a emergência de uma classe mentalmente critica. Basta reparar para o espírito de subserviência, letargia e falta de investigação científica a que os nossos intelectuais ao serviço dessas organizações estão submetidos.<br /><br />Ora, pouco sei sobre a história politico-partidária das residências universitárias, entretanto, nos últimos anos, fui-me informando através de várias fontes de que, os lares também não escaparam aos famosos programas de disseminação e criação de células em tudo quanto é canto no país, promovidos pela Frelimo. É por isso que, não constitui “pecado” algum falar desse partido nas residências como acontece quando se faz menção de outros. O que não quer dizer que as perdizes, os pangolins, e os galos não tenham simpatias nesses meandros.<br /><br />Assim, com o surgimento do MDM e a proximidade das eleições, a maratona está atingir níveis de alta competitividade, transformando os recintos em verdadeiras arenas de disputas eleitoralistas e partidárias em que cada organização passeia a sua classe com promessas sem entranhas de honestidade e argumentos habilmente concebidos para sacar o voto dos estudantes.<br /><br />Segundo fontes dos locais, muitos estudantes nutrem simpatias pelo MDM. Conta-se que num desses domicílios, o número de estudantes/simpatizantes chega a atingir 70 porcento das mais de quatro centenas que vivem por ali. Outros dados dão conta que, na residência universitária número 1 da UEM, cada piso, num universo de 8, possui uma célula da Frelimo a trabalhar com unhas e dentes para recolher cada vez mais, novos membros.<br /><br />Este clima confirma as teses que denunciam a falta de empenho académico por parte dos estudantes nos últimos momentos. Longe se vão os tempos em que as residências eram verdadeiros centros de debate, onde uma grande diversidade de seres humanos pensantes confluía os seus diversificados conhecimentos e visões com vista a produção cientifica em prol do desenvolvimento da pátria.<br /><br />Nesta ordem de ideais, muitos compatriotas questionam: Porque os estudantes precipitam-se aos partidos políticos? <br /><br />E na mesma linha, outros respondem: esse comportamento é na maior parte justificado pela tentativa de salvaguardar uma sobrevivência estomacal segura no futuro. Os nossos doutores do amanhã tencionam evitar as experiências amargas de desemprego e miséria, cuja maior parte dos seus antecessores ficou votada depois das licenciaturas.<br /><br />Por outro lado, sublinhe-se que muitos desses jovens são provincianos e quando terminam os seus cursos enfrentam várias barreiras para encontrar um reduto que lhes dê sustento, crises essas, que impedem a sua auto-afirmação como humanos em estado de maioridade.<br /><br />Segundo a realidade no terreno, as dificuldades tem em parte a ver com a crescente partidarização do Estado moçambicano, exclusão social, a institucionalização do nepotismo e clientelismo nas organizações público-privadas, entre outros, como refere o supracitado relatório.<br /><br />Portanto, o mais caricato nisso, é o facto da maior parte das vezes, os estudantes não gostarem da situação. Todavia suportam, gritam de forma efusiva e hipócrita todos os vivas requisitados no partido. Uma atitude indigna que os faz cada vez mais marionetas e cidadãos alienados.<br /><br />É caso para dizer que estamos diante duma geração rasca e a reboque dos partidos políticos. Algo que não é saudável para o tipo de filhos que a nossa pátria amada necessita! Portanto, pensem nisso. Saudações académicas a todos os estudantes espalhados por este solo pátrio.<br /><br /><br /><br /><br /><br /> </div>Unknownnoreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-41856460639699388682009-08-13T02:53:00.000-07:002009-08-13T02:56:45.082-07:00<div align="justify"><span style="color:#ff6600;"><span style="color:#cc0000;">ATENÇÃO<br />Vem ai O Campus</span>.<br /><br /></span><strong>Ilustres senhores,<br />O blog O PATRIOTA </strong><a href="http://www.felixesperanca.blogspot.com/"><strong>http://www.felixesperanca.blogspot.com/</strong></a><strong> na pessoa do seu criador-gestor anuncia-vos em primeira-mão a chegada nos próximos dias, de uma publicação estudantil que vai se debruçar sobre temas da actualidade, ligados ao dia-a-dia dos milhares de estudantes espalhados, nas várias instituições de ensino superior e não só, em Moçambique.<br /><br />Trata-se dum jornal mensal, tablóide, com 32 páginas coloridas e com uma tiragem de 20 mil exemplares que serão distribuídos gratuitamente em todas instituições de ensino superior do país. Nesse desafio pretende-se abordar varias questões sobre saúde, desporto, educação, cultura entre outros campos que interessam o nosso público-alvo. Tudo isso será trazido por meio de reportagens, noticias, crónicas opiniões etc.<br /><br />E, por ser uma publicação concebida por e para estudantes agradecíamos a colaboração de todos. Mande-nos assuntos que acontecem na sua instituição e nós publicaremos. O objectivo do campus é trazer as inquietações, anseios, sonhos e aspirações da classe estudantil. Numa só palavra diríamos que pretendemos ser porta-vozes de toda classe académica do país.<br /><br />Desde já, ficamos por aqui, na expectativa de que o convite foi lançado.<br /><br /><span style="color:#990000;">SEJA O NOSSO REPORTER NA SUA INSTITUICAO</span>.</strong></div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong>Para mais informações, ligue: 82 4000829 ou envie um E-mail </strong><a href="mailto:fdaesperanca@hotmail.com"><strong>fdaesperanca@hotmail.com</strong></a><strong>, </strong><a href="mailto:felixesperanca@gmail.com"><strong>felixesperanca@gmail.com</strong></a></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-60159201413626901362009-07-23T05:29:00.000-07:002009-07-24T02:30:16.037-07:00QUE INFLUÊNCIAS A JUVENTUDE TEM NAS DECISÕES DO PAÍS?<div align="justify"><strong>Esta foi a questão que polarizou o programa televisivo “Debate da Nação” da STV, na terça-feira 21 de Julho de 2009, na ocasião, efusivamente moderado pelo jovem jornalista Arsénio Henriques.<br /><br />Um dos denominadores comuns a todos estes programas é a grande presença de um público heterogéneo. Pululam por ali pessoas de várias índoles. Uns lúcidos e equilibrados, outros agressivos e nervosos.<br /><br />Estes últimos vão ao programa, não para contribuir de forma salutar, mas com o intuito de despejar as suas dementes opiniões, típicas de palradores-banais e ignorantes.<br /><br />Embora semelhante a todos outros, o debate da nação da terça-feira não deixou os seus créditos em mãos alheias. Vimos por ali uma plateia e auditório riquíssimos que, através de variadas observações iam nos brindando diferentes pontos de vista, trazendo sabor e vida ao tema em questão.<br /><br />E porque é sempre assim em programas daquela natureza, estiveram lá jovens obcecados pelo ”politicamente correcto” e outros não. Todavia, defendendo ou não o politicamente correcto, a verdade manda dizer o seguinte: A juventude moçambicana não tem influências nas decisões do país.<br /><br />E, este cenário está aliado a vários factores, tendo um deles, a ver com a crónica letargia que afecta a nossa geração, somos uma juventude que assiste impávida e serena o desenrolar das coisas no país.<br /><br />Quem não sabe que a única preocupação do jovem actual é trabalhar para comprar um carro, vivendo numa casa em arrendamento e passar o resto dos seus dias a beber?<br /><br />Os jovens mais atentos às dinâmicas do país, precipitam-se a aliar-se aos partidos políticos pois que, é neles onde vêem a bóia de salvação e a solução dos seus problemas. Gostando ou não do partido, estão lá a engolir sapos, contanto que, não lhes esqueçam na hora dos tachos, ou um espaço no poleiro de uma associação juvenil qualquer.<br /><br />A frequente febre de aquisição dos cartões amarelos, cor-de-rosa, vermelhos, pretos entre outros é a prova mais cabal disso. Como é que o jovem vai esforçar-se em estudar e trabalhar, se a priori já sabe que o mais importante que isso é usar máscaras e gritar vivas ao partido, assim como dominar a ciência do lamber botas.<br /><br />Por outro lado, a crescente mediocridade tacanha, que se espalha pelo país fora contribui em grande parte nesse sentido. Somos arrogantes, porém ignorantes. Como ­se justifica que uma figura daquelas que, se auto intitula mais patriota que os outros, tenha dificuldades em dizer quem foram os signatários dos acordos de paz?<br /><br />Vendo as coisas dessa forma, presumo ser difícil a juventude ter influências nas decisões do país porque isso pressupõe também, o conhecimento, pelo menos, de forma superficial sobre pouco da nossa própria história.<br /><br />Ao dizer que, quem assinou os acordos de paz em Roma foram Guebuza e Dhlakama é um erro grave e até certo ponto crasso quando tal ignorância vem da boca duma pessoa como Mc Roger.<br /><br />Não é verdade que os jovens já estão a decidir neste país, como mentirosamente quis nos convencer um dos participantes do debate. O número de jovens que estão nos centros de tomada de decisões é ainda insignificante.<br /><br />Além disso, esses jovens só estão lá e não resolvem os problemas da maioria, vegetam nesses conclaves justamente para fazer valer os seus interesses pessoais e estomacais.<br /><br />Portanto, é uma utopia pensar que esta geração está ter influências nas decisões deste país, porque isso não será fácil enquanto prevalecer um conflito de gerações tão crónico como este que actualmente impera.<br /><br />Os nossos dirigentes não estão interessados em ter a juventude como parceira na tomada de decisões. Eles têm consciência do papel que a juventude joga para operar mudanças e o estilo de vida de uma nação. O que acontece é que os nossos governantes estão acomodados e gostam da vida que levam.<br /><br />Sendo assim, quanto mais jovens preguiçosos, dorminhocos e amorfos Moçambique tiver, melhor para eles que pretendem pagar as favas do sofrimento nas matas, no tempo da luta de libertação nacional. Ou pensam que as declarações do general Hama Thai dizendo que: A juventude pode vender o país, vem ao acaso.<br /></strong><br />Pensem nisso!</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-52432858200948416072009-07-22T05:27:00.000-07:002009-07-29T01:29:39.696-07:00DOIS PEIXES COM LEGUMES<div align="justify">É a terminologia que tem sido atribuída ao novo comercial que a CNE está passar nas rádios e televisões nacionais, visando persuadir as pessoas no sentido de afluir em massa as eleições de Outubro.<br /><br />É também o título que Sebastião Mbeve escolheu para o seu artigo que, pulula nos meios de comunicação social alimentando, dessa forma, o debate dos últimos dias na praça.<br /><br />Para melhor situar os meus leitores, recorram ao jornal Magazine Independente de 15.07.09 na sua página 08, como também, ao endereço <a href="http://www.debatesedevaneios.blogspot.com/">http://www.debatesedevaneios.blogspot.com/</a><br /><br />A CNE está de parabéns, por cumprir com o seu dever de promover a educação cívica. Segundo o meu ponto de vista o comercial apresenta um conteúdo bastante bem elaborado, um sentido de humor maravilhoso, assim como um objectivo visivelmente claro: combater as abstenções nas próximas eleições.<br /><br />Todavia, como a nossa sociedade está cada vez mais pejada de gente atenta e palradores-banais prontos para criticar e deixar ficar as suas dementes opiniões, o trabalho da CNE viu-se mais uma vez conotado com os interesses do partido no poder, no caso concreto a Frelimo. Tudo por causa de um suposto fundo vermelho.<br /><br />Ora, está claro que, devido ao estado medíocre da nossa democracia, mais do que discursos e enrolamentos, as eleições nunca trazem nada de concreto para a vida da população. Tal é o caso do lustro que termina: falou-se muito e fez-se pouco. Faz tempo que, os nossos governantes deixaram de trabalhar para o povo.<br /><br />As grandes conquistas que os discursos oficiais anunciam não se traduzem no prato do cidadão pacato. Muitos moçambicanos vivem ao-Deus-dará, entretanto quando sintonizam o rádio ouvem o PR no parlamento a afirmar que, o estado da nação é bom. Um paradoxo crasso.<br /><br />Por isso e por outras patetices o povo está farto, daí não vê razão para continuar a votar nas mesmas pessoas que mentirosamente lhes promete dias melhores. O povo prefere abster-se das eleições.<br /><br />Ciente dessas abstenções, a CNE pretende resgatar o voto das massas e convence-las a afluirem `as urnas de votação. Por isso, meu caro Mbeve, nada a mais e nada a menos, segundo a leitura que faço, <em>Dois peixes com</em> <em>legumes</em> enquadra-se nesse objectivo.<br /><br />Porém, visto que, cada cabeça é uma sentença e cada um vê nas coisas aquilo que quer ver, só devemos respeitar a pluralidade de ideias. Já dizia uma figura que abrilhantou a antiguidade clássica com os seus dotes retóricos e sofísticos: <em>O Homem é a medida de todas as coisas</em> – refiro-me a Protágoras.<br /><br />Portanto os argumentos Mbevistas podem estar certos até esse ponto, mas doutra forma presumo que se trata de procurar problemas onde não existem. Sendo assim deixemos a CNE trabalhar `a vontade.<br /><a href="mailto:felixesperanca@gmail.com">felixesperanca@gmail.com</a> </div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7751066305807248904.post-48149591782637847662009-05-26T00:05:00.000-07:002009-05-26T00:31:20.873-07:00CARTA AO PRESIDENTE DO MUNICIPIO DE MAPUTO<div align="justify"><br />Sua excelência senhor presidente do conselho Municipal da cidade de Maputo, dirijo-me a vós em primeiro lugar, como um compatriota. Em segundo lugar, na qualidade de cidadão atento ao desenvolvimento socioeconómico do país. E por último, como municipe de Maputo.<br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Sei que é vosso dever como governante defender os direitos, as vontades e as aspirações dos cidadãos que, através do voto lhe conduziram ao cargo que ocupa. É por isso que, quando tomou posse jurou defender a constituição e os anseios deste mesmo povo.<br /></div><div align="justify">Graças a colonização, herdamos uma linda cidade. Acredito que, com meios próprios não seríamos capazes de erguer obra igual em tempo útil. Primeiro, por causa da nossa pobreza, por outro lado, devido ao tipo de mentalidade que diariamente cultivamos.<br /></div><div align="justify">Damos muito valor a questões mesquinhas. Para nós o clientelismo, corrupção e a falta aguda de transparência na gestão da coisa pública, estão acima de todos valores. Então, se não conseguimos gerir a cidade, como seríamos capazes de construir uma coisa do genero?<br /></div><div align="justify">Enfim. Mas, isso é assunto para outros fóruns, hoje proponho-me debruçar de forma sucinta sobre alguns problemas que nos flagelam.<br /></div><div align="justify">Excelência, estou cônsio dos esforços que os dirigentes deste país têm desenvolvido para melhorar as dificuldades do município. Neste caso, o meu especial reconhecimento, direciona-se ao elenco cessante, apesar de, ter começado a trabalhar no final do mandato. Como sempre, nas vésperas das eleições.<br /></div><div align="justify">Senhor presidente, a nossa urbe, não é apenas assolada por questões como o lixo, pintura de edifícios e a reabilitação de esgotos. Progressivamente, Maputo enfrenta uma vaga de crises, causadas pela má conduta de alguns munícipes e seus gestores.<br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Um deles é o caso do encurtamento e desvios de rotas perpetrado pelos transportadores de passageiros semicolectivos em conluio com a polícia municipal, segundo denuncia a população. Isto é, alguns membros dessa corporação são corruptos e adoptaram a extorsão de “chapeiros” como modus vivend.<br /></div><div align="justify">Parecendo que não, mas, o assunto é sério. O fenomeno está atingir limites preocupantes nas nossas vidas. Diariamente, nas horas de ponta a situação atinge o pico. Os transportadores chegam a improvisar quatro terminais numa só viagem.<br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Exemplo: alguns transportadores da rota Anjo voador/Magoanine levam passageiros até à praça dos heróis. </div><div align="justify">Daí chamam as pessoas que vão até a praça dos combatentes. A seguir, o mesmo carro diz que vai até Hulene e finalmente segue para Magoanine e vice-versa. Cada uma dessas “semi-rotas” custa cinco meticais, isto é, as pessoas são obrigados a tirar mais 12.5 meticais extras.<br /></div><div align="justify">A este nível as coisas começam a ficar difíceis para o cidadão pacato que vive por exemplo a dez quilómetros da cidade, ganha salário mínimo com esposa e filhos para sustentar. Lembre-se, um dos grandes objectivos que o senhor defende em comunhão com o chefe de estado, é o combate a pobreza absoluta o mais rápido possível.<br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Deixar impune uma promiscuidade dessas é adiar os desejos e anseios de todo um povo. O desenvolvimento do país não pode ficar refém de uma corja antipatriótica e oportunista.<br /></div><div align="justify">No ano passado, se a memória não me falha, um relatório internacional mencionou a nossa cidade na lista das dez mais sujas do mundo. Notícias dessas não dignificam a todos compatriotas que lutamos nas várias frentes para o bem-estar deste país.<br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Excelência, louvo a vossa vontade de querer mudar o cenário. Todavia, não concordo com os métodos pelos quais se baseia para tal. Por exemplo, contratar meia dúzia de figuras públicas e pô-las na televisão a sensibilizar as massas, no sentido de resistir aos encurtamentos, não é suficiente.<br /></div><div align="justify">Deixa-me contar-lhe de acordo com a minha experiência, dado que, o senhor, simplesmente ouve falar dessas coisas e ignora a essência da questão:<br /></div><div align="justify">Nas horas de ponta, quando o cidadão vai e vem do seu posto de trabalho a procura do transporte aumenta. O senhor sabe que, nesses casos a oferta diminui logo, há escassez do produto no mercado. Sendo assim os transportadores aproveitam-se do fenómeno para subir o preço.<br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify">Nessa hora, o pobre cidadão é posto entre a “espada e a parede”. Forçado a chegar em casa às 23 horas e sofrer agressões de bandidos, visto que, as ruas do seu bairro estão às escuras. Caso não, tem que “depenar-se” tirando 20 meticais do seu mísero salário para satisfazer os caprichos dos transportadores.<br /></div><div align="justify">Como pode notar, ao cidadão pacato não é dada a oportunidade de exigir os seus direitos, embora, os tenha. As suas possibilidades para mudar de vida são nulas, pior ainda quando desprovido de padrinhos, assim como, se não tiver uma pele mais clara, como está acontecer neste país nos nossos dias.<br /></div><div align="justify">O conforto e o luxo são para as elites políticas e económicas. Boa vida é para os abastados. Estes são os que detêm a prerrogativa de optar por tudo quanto lhes der na gana. Quanto ao povo, que continue ao-deus-dará e, até lá salve-se quem puder! Não é assim como se pensa nos círculos do poder deste país?<br /></div><div align="justify">As minhas sinceras e humildes desculpas pelo tom, é que o amor à pátria e a grande vontade de viver num país melhor, tem dessas coisas! Pense nisso!</div>Unknownnoreply@blogger.com2