segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Investir na provincia do Niassa

Lichinga (Faísca) - A província de Niassa volta mais uma vez a entrar no centro do barulho no tocante ao investimento estrangeiro. Esta semana em Lichinga tem lugar uma conferência sobre os projectos florestais em curso na província do Niassa.
Há muito tempo que não havia algo para sacudir alguns pendentes ligados ao investimento nacional e estrangeiro na província do Niassa.
Quando se fala de florestas, logo a primeira é tocada a questão da TERRA! Terra essa que já não abunda muito na província.
É que são quatro empresas posicionadas em partes de cinco distritos do Niassa, distritos com alguns problemas de desmatamento.
São as famosas consultas comunitárias que não acontecem, são favores a esta e aquela empresa florestal na emissão de DUAT em detrimento de outras. É neste prisma que é feito o desenvolvimento da província do Niassa nos últimos cinco anos!
A conferência é importante por surgir nas vésperas de mais uma época de plantio de pinheiro e eucaliptos nos distritos de Mandimba, Sanga, Ngaúma, Muembe, Lichinga e Lago.
A conferência é mais importante ainda porque permite-nos ver até que ponto o prometido está sendo cumprido por parte dos investidores.
Olhando para o aspecto positivo deste investimento, nota-se que há muito emprego formal em Mbandeze, Chiconono, Maniamba, Massangulo, Mussa, Mapaco e na cidade de Lichinga.
Notamos que há muito moçambicano que tem acesso ao banco e usa as famosas ATM’s em cada mês para ter acesso ao Metical.
Notamos também que alguns bancos comerciais da praça beneficiam deste investimento estrangeiro todos os dias.
Mas acreditamos que ainda falta muita coisa, como escolas (de qualidade), furos de água, etc e etc prometidos nas negociações para o acesso aos milhões de terra.
Acreditamos que da parte do Governo do Niassa, deve haver uma mudança de atitude na fiscalização destes investimentos.
A conferência provincial sobre o reflorestamento servir de trampolim político de uma gang algures sem direcção.
É que há muito ainda por ser feito até 2015, altura em que se espera que as primeiras colheitas começam a sair nas florestas.
Há que falar da reabilitação da linha-férrea Cuamba-Lichinga, estradas, expansão da energia eléctrica e outros serviços de apoio aos distritos onde os projectos são implementados.
Temos dito!
Editorial, Jornal Faísca, 4.12.09